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Crise nos Correios adia convocações de aprovados em concursos vigentes até 2026

Correios podem lançar um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV) visando 10 mil desligamentos, sem convocar os aprovados dos concursos. Confira os detalhes!

Por Emerson Fernandes | Publicado em 17/11/2025 às 14h03

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A introdução de um novo Programa de Demissões Voluntárias (PDV) nos Correios gerou apreensão entre os aprovados nos concursos da empresa, que ainda não têm previsão de convocação, apesar de as seleções estarem vigentes.

Este plano faz parte de um esforço de reestruturação financeira e pode impactar até 10 mil funcionários, conforme informações de fontes internas da empresa.

O anúncio do PDV ocorre em um dos piores momentos fiscais da estatal em anos. Nos primeiros seis meses de 2025, os Correios registraram um déficit de R$ 4,37 bilhões, agravando uma crise já destacada em relatórios anteriores.

A situação financeira crítica é um dos principais obstáculos para o avanço nas nomeações.

PDV dos Correios foca em áreas ociosas e busca reduzir custos

O novo PDV dos Correios é a primeira grande iniciativa dentro do Plano de Reestruturação Operacional e Financeira. A administração da empresa realizará uma análise interna para identificar áreas e unidades com excesso de pessoal, permitindo que apenas esses funcionários participem do programa.

A intenção é diminuir os custos operacionais e aliviar a folha de pagamento, um passo crucial para estabilizar as finanças antes de considerar a ampliação do quadro de funcionários.

Especialistas apontam que é comum que empresas públicas realizem convocações após PDVs, mas, até agora, a estatal não definiu datas.

Em resposta ao , a empresa afirmou que:

"A convocação dos candidatos aprovados será feita conforme a necessidade da empresa e a ordem de classificação." No entanto, ainda não há prazos definidos para quando essa necessidade será identificada.

Concursos dos Correios permanecem válidos, mas sem convocações

Os dois concursos dos Correios continuam válidos:

Área Operacional (carteiro e analista) - válido até abril de 2026;
SESMT - prorrogado em 30 de outubro, agora válido até novembro de 2026.

Mesmo com a extensão do concurso do SESMT, nenhum aprovado foi chamado desde a homologação em 2024. O concurso Operacional, homologado em abril de 2025, também não teve movimentação.

Os aprovados temem que a crise prolongada e o PDV sejam usados como justificativa para adiar ainda mais as convocações.

Crise financeira impede convocações

A situação negativa se intensificou ao longo deste ano. Em maio e setembro, reportagens do já indicavam que a empresa poderia precisar de um aporte bilionário da União, uma possibilidade levantada pelo próprio governo.

Além disso:

o déficit de 2023 foi de R$ 633,5 milhões;
em 2024, aumentou para R$ 2,6 bilhões; e
entre janeiro e março de 2025, o prejuízo já alcançava R$ 1,7 bilhão.

A crise levou à renúncia do então presidente Fabiano Silva dos Santos, em julho, e à nomeação, em setembro, de Emmanoel Schmidt Rondon, funcionário de carreira do Banco do Brasil, para liderar a estatal.

A chegada do novo presidente gerou expectativas de que as convocações dos aprovados nos concursos dos Correios fossem retomadas, já que o Banco do Brasil tem histórico de convocar todos os aprovados em seus concursos. No entanto, até o momento, não houve mudanças.

STF descarta substituição de temporários por concursados

Outro aspecto relevante no cenário atual é a decisão do STF, de 24 de setembro, que anulou a exigência do TST para substituir temporários por aprovados do concurso dos Correios de 2011.

A Corte concluiu que não houve comprovação de preterição e destacou que uma substituição automática poderia resultar na demissão de até 20 mil temporários, gerando insegurança jurídica.

Na prática, a decisão removeu a obrigatoriedade da estatal de aumentar as contratações, o que também diminui a pressão sobre as convocações atuais.

A Findect e sindicatos regionais continuam a pressionar o governo federal. Entre as reivindicações enviadas ao presidente Lula e ministros estão:

devolução parcial dos dividendos retirados entre 2011 e 2016;
criação de um comitê de crise com participação dos trabalhadores;
investimentos em tecnologia, logística e marketplace próprio;
defesa da valorização dos Correios como empresa pública;
revogação da "taxa das blusinhas", que afeta o e-commerce.

As entidades também solicitam uma reunião direta com Lula para discutir a crise e as convocações.

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