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Reforma Administrativa: Concursos para Níveis Avançados Visam Atrair Talentos Qualificados

O texto da Reforma Administrativa propõe a realização de concursos públicos para permitir a entrada em níveis mais avançados dentro das carreiras. Saiba mais!

Por Emerson Fernandes | Publicado em 15/10/2025 às 20h02

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A Reforma Administrativa, atualmente em discussão no Congresso Nacional, propõe alterações significativas no serviço público, especialmente no que diz respeito aos concursos. Entre as mudanças sugeridas está a possibilidade de ingresso em níveis mais avançados dentro das carreiras públicas.

A proposta estabelece que as carreiras deverão ter, no mínimo, 20 níveis de progressão. Isso permitirá que os órgãos públicos realizem concursos para posições mais elevadas, buscando profissionais com maior qualificação e experiência.

No sistema atual, os servidores aprovados em concursos começam sempre no nível inicial da carreira, independentemente de sua formação ou experiência prévia.

O grupo de trabalho da Reforma Administrativa na Câmara dos Deputados considera que o modelo atual é limitado, especialmente quando se trata de atrair profissionais altamente qualificados e experientes para a Administração Pública.

De acordo com o relatório apresentado pelo deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), coordenador e relator do grupo, há uma necessidade de servidores que já estejam preparados para assumir funções de maior complexidade e responsabilidade.

A proposta, portanto, é permitir a realização de concursos públicos para níveis mais elevados de experiência.

Com um planejamento de pessoal adequado, os gestores poderão propor concursos para níveis mais altos, buscando profissionais que já possuam a qualificação e/ou expertise necessárias para as funções específicas.

A Reforma Administrativa também estabelece um limite de 5% do quadro de servidores para essas exceções. Essa possibilidade de concursos para níveis mais elevados será incorporada à Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

Um trecho da PEC sugere que, quando for necessário contratar profissionais com maior especialização e experiência, o concurso público poderá ser direcionado para níveis de carreira diferentes do inicial, desde que essa modalidade de provimento de cargos não ultrapasse 5% da força de trabalho do órgão ou entidade pública.

O relatório da Reforma Administrativa, divulgado no início de outubro, inclui um exemplo comparativo para ilustrar a diferença entre o cenário atual e o que seria possível com a aprovação da proposta.

Atualmente, sem a Reforma, um profissional como Murilo, formado em Engenharia, com mestrado e mais de dez anos de experiência em Gestão de Grandes Projetos, teria que começar no nível inicial da carreira, ao lado de recém-formados. Essa situação desmotivou Murilo, levando-o a buscar outras oportunidades de trabalho.

Com a aprovação da Reforma, o planejamento de pessoal do órgão poderia identificar a necessidade de profissionais experientes e abrir concursos para níveis mais altos. Assim, Murilo poderia ingressar diretamente em um cargo compatível com seu perfil, trazendo resultados imediatos para a Administração e satisfação pessoal por ter sua experiência reconhecida.

Além disso, a Reforma Administrativa prevê outros impactos nos concursos públicos. Para lançar novos editais, o governo precisará realizar um "dimensionamento da força de trabalho" para identificar onde há uma real necessidade de servidores.

Os concursos também deverão priorizar carreiras transversais, permitindo que os profissionais atuem em mais de um órgão, como é o caso de analistas de infraestrutura e especialistas em políticas públicas (EPPGG).

A Reforma também visa expandir o Concurso Nacional Unificado (CNU), garantindo que ele se torne ainda mais abrangente, permitindo a participação de estados e municípios nesse modelo de seleção.

A proposta mantém a estabilidade dos servidores públicos, mas com algumas ressalvas. Durante o estágio probatório, o servidor poderá ser exonerado se for considerado inapto para o exercício das funções.

Para aqueles que já adquiriram estabilidade, a progressão na carreira e o pagamento de bônus estarão condicionados à avaliação de desempenho e aos instrumentos de Governança e Gestão.

A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, afirmou que a estabilidade dos servidores é inegociável, destacando que ela serve como proteção para o Estado, garantindo que os servidores possam atuar com integridade e sem medo de perseguições políticas.

A promoção na carreira, segundo a Reforma, não será mais baseada apenas no tempo de serviço, mas sim na avaliação do desempenho individual. Os servidores poderão receber bônus se atingirem metas institucionais, desde que a situação financeira do órgão permita. Essa gratificação não se aplicará aos agentes políticos.

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