Sindicatos dos Correios buscam reunião com Lula em meio a crise financeira
Sindicatos solicitam encontro com Lula devido à crise nos Correios e à incerteza sobre as convocações do concurso. Saiba mais sobre o contexto!
Os sindicatos dos trabalhadores dos Correios estão buscando formas de pressionar o governo para evitar uma possÃvel privatização da empresa, que enfrenta uma crise financeira e incertezas sobre a convocação dos aprovados no concurso. A ação mais recente foi solicitar uma reunião direta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na semana passada, a Federação Interestadual dos Empregados da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Findect) enviou um pedido ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, para que ele intermediasse uma audiência com Lula.
O documento enviado destaca a gravidade da situação financeira dos Correios e solicita medidas urgentes para garantir a valorização e recuperação da empresa.
Entre as propostas apresentadas pela federação estão:
- Restituição parcial dos R$ 2,9 bilhões em dividendos retirados entre 2011 e 2016, para recompor o caixa da empresa;
- Formação de um grupo de trabalho com participação ativa dos trabalhadores;
- Apoio à revogação da "taxa das blusinhas", que afeta o comércio eletrônico e a receita dos Correios;
- Defesa de investimentos em tecnologia, desenvolvimento de um marketplace próprio e novos serviços de alcance social;
- Incentivo à criação de um banco digital dos Correios.
A Findect ressalta a importância dos Correios para o paÃs, lembrando que durante a pandemia, a empresa foi responsável pela entrega de vacinas em todo o Brasil e, em 2024, transportou centenas de toneladas de doações para as vÃtimas das enchentes em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul.
Apoio da ministra Luciana Santos
Além das ações da federação, o Sintect-SP se reuniu na semana passada com a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, em Recife. Elias Diviza, presidente do sindicato, entregou um documento que destaca os impactos da crise e solicita o apoio da ministra para facilitar o diálogo direto com Lula.
Luciana Santos afirmou que algumas das demandas são de responsabilidade do Ministério da Gestão e Inovação, liderado por Esther Dweck, mas se comprometeu a encaminhar os pedidos dos trabalhadores ao presidente.
Os sindicatos alertam que enfraquecer ou privatizar os Correios seria um "retrocesso histórico", colocando em risco empregos, direitos e a universalização dos serviços postais, especialmente nas áreas mais remotas do paÃs.
Enquanto isso, os aprovados no último concurso dos Correios ainda aguardam convocação, em meio à instabilidade financeira da empresa e à falta de um cronograma oficial.
Crise financeira impede convocações
A mobilização sindical ocorre em um contexto cada vez mais crÃtico para os Correios. A empresa tem acumulado déficits sucessivos: R$ 633,5 milhões em 2023 e R$ 2,6 bilhões em 2024, quatro vezes mais que no ano anterior.
Somente no primeiro semestre de 2025, as perdas já alcançam R$ 4,37 bilhões, conforme balanço divulgado pelo jornal O Globo.
Diante dessa situação, a direção da empresa admitiu ao governo a necessidade de um aporte bilionário da União para garantir o funcionamento da estatal a partir de 2026, quando vencem parcelas de financiamentos já contratados.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu a gravidade do problema e apontou que parte da crise está relacionada ao modelo do setor. Ele destacou que os Correios têm a obrigação de manter serviços postais em áreas remotas, enquanto concorrentes privados exploram apenas os segmentos mais lucrativos.
"Enquanto todos os concorrentes ficam com o filé mignon, os Correios arcam com o osso, sem recursos para subsidiar", afirmou Haddad em entrevista recente, justificando os sucessivos prejuÃzos. Além das dificuldades financeiras, a estatal enfrenta instabilidade na gestão. O atual presidente, Fabiano Silva dos Santos, apresentou carta de renúncia em julho, mas permanece no cargo até que o governo defina seu sucessor.
A demora na escolha do novo comando tem gerado crÃticas dentro do governo. Membros do Executivo avaliam que as medidas adotadas pela atual gestão - como a venda de imóveis, um Programa de Demissão Voluntária (PDV) e o lançamento de um marketplace em parceria com a Infracommerce - foram implementadas tarde demais para conter a crise.
O impasse também está relacionado à disputa polÃtica em torno da presidência da estatal. O União Brasil, partido que comanda o Ministério das Comunicações, pressiona para indicar nomes para a chefia da empresa, o que tem contribuÃdo para a indefinição.
Convocações de aprovados permanecem incertas
Nesse cenário, os aprovados no concurso dos Correios ainda não têm previsão de convocação. Em resposta, a empresa reiterou que as chamadas ocorrerão "de acordo com a necessidade e a ordem de classificação", sem apresentar um cronograma.
A situação aumenta a preocupação dos sindicatos: sem novas contratações, o quadro atual tende a se sobrecarregar, o que pode comprometer a qualidade do serviço prestado à população, especialmente nas regiões mais distantes.
Concurso dos Correios oferece 3,5 mil vagas
Os editais do concurso dos Correios disponibilizaram 3.511 vagas, distribuÃdas da seguinte forma:
- 3.099 vagas para cargos de nÃvel médio; e
- 412 vagas para cargos de nÃvel superior.
Além disso, a empresa anunciou a possibilidade de preencher 5.975 vagas por meio da formação de um cadastro de reserva.
A maioria das oportunidades foi destinada ao cargo de carteiro, que exige ensino médio completo.
O concurso também reservou 30% das vagas para negros (pretos e pardos) e indÃgenas, além de 10% para pessoas com deficiência.
Além da área de Operações, os aprovados no concurso para o SESMT aguardam suas chamadas. Neste caso, a seleção foi homologada em novembro de 2024.
O concurso dos Correios permanece válido até novembro deste ano, com possibilidade de prorrogação. Existem 33 vagas imediatas a serem preenchidas, além do cadastro de reserva, que poderá ser utilizado.
Na semana passada, a Federação Interestadual dos Empregados da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Findect) enviou um pedido ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, para que ele intermediasse uma audiência com Lula.
O documento enviado destaca a gravidade da situação financeira dos Correios e solicita medidas urgentes para garantir a valorização e recuperação da empresa.
Entre as propostas apresentadas pela federação estão:
- Restituição parcial dos R$ 2,9 bilhões em dividendos retirados entre 2011 e 2016, para recompor o caixa da empresa;
- Formação de um grupo de trabalho com participação ativa dos trabalhadores;
- Apoio à revogação da "taxa das blusinhas", que afeta o comércio eletrônico e a receita dos Correios;
- Defesa de investimentos em tecnologia, desenvolvimento de um marketplace próprio e novos serviços de alcance social;
- Incentivo à criação de um banco digital dos Correios.
A Findect ressalta a importância dos Correios para o paÃs, lembrando que durante a pandemia, a empresa foi responsável pela entrega de vacinas em todo o Brasil e, em 2024, transportou centenas de toneladas de doações para as vÃtimas das enchentes em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul.
Apoio da ministra Luciana Santos
Além das ações da federação, o Sintect-SP se reuniu na semana passada com a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, em Recife. Elias Diviza, presidente do sindicato, entregou um documento que destaca os impactos da crise e solicita o apoio da ministra para facilitar o diálogo direto com Lula.
Luciana Santos afirmou que algumas das demandas são de responsabilidade do Ministério da Gestão e Inovação, liderado por Esther Dweck, mas se comprometeu a encaminhar os pedidos dos trabalhadores ao presidente.
Os sindicatos alertam que enfraquecer ou privatizar os Correios seria um "retrocesso histórico", colocando em risco empregos, direitos e a universalização dos serviços postais, especialmente nas áreas mais remotas do paÃs.
Enquanto isso, os aprovados no último concurso dos Correios ainda aguardam convocação, em meio à instabilidade financeira da empresa e à falta de um cronograma oficial.
Crise financeira impede convocações
A mobilização sindical ocorre em um contexto cada vez mais crÃtico para os Correios. A empresa tem acumulado déficits sucessivos: R$ 633,5 milhões em 2023 e R$ 2,6 bilhões em 2024, quatro vezes mais que no ano anterior.
Somente no primeiro semestre de 2025, as perdas já alcançam R$ 4,37 bilhões, conforme balanço divulgado pelo jornal O Globo.
Diante dessa situação, a direção da empresa admitiu ao governo a necessidade de um aporte bilionário da União para garantir o funcionamento da estatal a partir de 2026, quando vencem parcelas de financiamentos já contratados.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu a gravidade do problema e apontou que parte da crise está relacionada ao modelo do setor. Ele destacou que os Correios têm a obrigação de manter serviços postais em áreas remotas, enquanto concorrentes privados exploram apenas os segmentos mais lucrativos.
"Enquanto todos os concorrentes ficam com o filé mignon, os Correios arcam com o osso, sem recursos para subsidiar", afirmou Haddad em entrevista recente, justificando os sucessivos prejuÃzos. Além das dificuldades financeiras, a estatal enfrenta instabilidade na gestão. O atual presidente, Fabiano Silva dos Santos, apresentou carta de renúncia em julho, mas permanece no cargo até que o governo defina seu sucessor.
A demora na escolha do novo comando tem gerado crÃticas dentro do governo. Membros do Executivo avaliam que as medidas adotadas pela atual gestão - como a venda de imóveis, um Programa de Demissão Voluntária (PDV) e o lançamento de um marketplace em parceria com a Infracommerce - foram implementadas tarde demais para conter a crise.
O impasse também está relacionado à disputa polÃtica em torno da presidência da estatal. O União Brasil, partido que comanda o Ministério das Comunicações, pressiona para indicar nomes para a chefia da empresa, o que tem contribuÃdo para a indefinição.
Convocações de aprovados permanecem incertas
Nesse cenário, os aprovados no concurso dos Correios ainda não têm previsão de convocação. Em resposta, a empresa reiterou que as chamadas ocorrerão "de acordo com a necessidade e a ordem de classificação", sem apresentar um cronograma.
A situação aumenta a preocupação dos sindicatos: sem novas contratações, o quadro atual tende a se sobrecarregar, o que pode comprometer a qualidade do serviço prestado à população, especialmente nas regiões mais distantes.
Concurso dos Correios oferece 3,5 mil vagas
Os editais do concurso dos Correios disponibilizaram 3.511 vagas, distribuÃdas da seguinte forma:
- 3.099 vagas para cargos de nÃvel médio; e
- 412 vagas para cargos de nÃvel superior.
Além disso, a empresa anunciou a possibilidade de preencher 5.975 vagas por meio da formação de um cadastro de reserva.
A maioria das oportunidades foi destinada ao cargo de carteiro, que exige ensino médio completo.
O concurso também reservou 30% das vagas para negros (pretos e pardos) e indÃgenas, além de 10% para pessoas com deficiência.
Além da área de Operações, os aprovados no concurso para o SESMT aguardam suas chamadas. Neste caso, a seleção foi homologada em novembro de 2024.
O concurso dos Correios permanece válido até novembro deste ano, com possibilidade de prorrogação. Existem 33 vagas imediatas a serem preenchidas, além do cadastro de reserva, que poderá ser utilizado.