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Concurso Correios: crise e renúncia do presidente podem atrasar convocações

A crise financeira e a renúncia do presidente podem causar novos atrasos nas convocações dos aprovados no concurso dos Correios. Saiba mais sobre a situação!

Por Emerson Fernandes | Publicado em 02/09/2025 às 11h01

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A convocação dos aprovados nos recentes concursos dos Correios está atrasada, e a empresa ainda não anunciou um cronograma oficial. A situação é preocupante, especialmente para os candidatos do concurso para o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), homologado em 2024, que ainda não foram chamados.

A crise financeira enfrentada pelos Correios é um dos principais obstáculos para a convocação dos aprovados. Em 2023, a empresa registrou um déficit de R$633,5 milhões, que aumentou significativamente em 2024, atingindo R$2,6 bilhões, quatro vezes o prejuízo do ano anterior. Este ano, a situação piorou, com um saldo negativo de R$1,7 bilhão apenas no primeiro trimestre, mais do que o dobro do mesmo período de 2024.

De acordo com informações do jornal O Globo, no primeiro semestre de 2025, o prejuízo da estatal chegou a R$4,37 bilhões. A direção dos Correios já reconheceu ao governo a necessidade de um possível aporte financeiro da União.

A reportagem questionou os Correios sobre a convocação dos aprovados e a existência de um cronograma. A empresa respondeu que as convocações ocorrerão conforme a necessidade e a ordem de classificação, com informações publicadas no site oficial. No entanto, a reportagem insistiu que as vagas imediatas já eram uma necessidade identificada quando os editais foram publicados, e não deveriam depender de nova análise. Até o momento, os Correios não forneceram uma nova resposta.

A crise dos Correios foi discutida em uma reunião na Casa Civil em junho, com a presença dos ministros Rui Costa, Fernando Haddad e representantes das Comunicações. A direção dos Correios alertou que, sem ajuda financeira, a situação pode piorar em 2026, quando vencem parcelas de financiamentos. O Ministério da Fazenda, no entanto, afirmou que não há espaço no Orçamento para um aporte imediato, sugerindo que a empresa adote cortes de despesas e medidas de ajuste.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atribuiu a crise à perda do monopólio postal, destacando que os Correios têm a obrigação de entregar cartas em áreas remotas, enquanto concorrentes privados se concentram em serviços lucrativos. Ele afirmou que essa situação estrutural é responsável pelo aumento dos déficits.

A gestão dos Correios também está sob pressão. O presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos, apresentou uma carta de renúncia em julho, mas continua no cargo aguardando uma decisão do governo. Fabiano, que assumiu a presidência em 2023, foi criticado pela lentidão na implementação de ajustes, como a venda de imóveis e um Programa de Demissão Voluntária (PDV). A sucessão na presidência é complicada por disputas políticas, com o União Brasil interessado em indicar nomes para a chefia da empresa.

O futuro dos aprovados nos concursos dos Correios é incerto, com convocações congeladas e indefinições sobre a liderança da estatal. Sem novas chamadas, a carga de trabalho dos funcionários atuais pode aumentar, afetando a qualidade dos serviços, especialmente em áreas remotas. A expectativa é que um calendário de convocações só seja definido após a resolução da crise financeira e a definição da nova gestão.

O concurso da área de Operações dos Correios foi homologado em 14 de abril de 2025, incluindo cargos de carteiro, de nível médio, e analista, de nível superior. Os aprovados têm até abril de 2026 para serem chamados, mas a crise e a instabilidade na gestão dificultam o início das contratações.

Os editais do concurso dos Correios preveem 3.511 vagas, sendo 3.099 para cargos de nível médio e 412 para nível superior. Além disso, a empresa anunciou a possibilidade de preencher 5.975 vagas através de um cadastro de reserva. A maioria das vagas é para o cargo de carteiro, que exige ensino médio completo. O concurso também reserva 30% das vagas para negros e indígenas e 10% para pessoas com deficiência.

Os aprovados no concurso para o SESMT também aguardam convocação. Esta seleção foi homologada em novembro de 2024 e permanece válida até novembro de 2025, com possibilidade de prorrogação. Há 33 vagas imediatas a serem preenchidas, além do cadastro de reserva disponível.

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