Menos de 20% dos trabalhadores tem um sindicato

26/04/2017 19h01 - Atualizado em 30/04/2017 11h53

Pesquisa divulgada no dia 26 de abril, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que, em 2015, 19,5% dos trabalhadores brasileiros eram sindicalizados. O estudo informa que o motivo central para a não associação era desconhecer qual sindicato representava a categoria.

Dentre os trabalhadores não sindicalizados, 26,4% dizem que não tinham conhecimento da sua entidade representativa. Outros 23,6% disseram que não se sindicalizavam porque o sindicato não oferecia serviços que lhes interessavam.

Já entre aqueles que se vincularam a algum sindicato, 50,8% disseram que se associaram por acreditar que a entidade defendia os direitos dos trabalhadores e 79,1% não usavam os serviços oferecidos pelos sindicatos.

O atendimento médico ou odontológico foi o serviço mais aproveitado pelos sindicalizados, seguido pelo atendimento jurídico - respectivamente 40,5% e 39,9%.

Sindicalização cresceu

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), feita pelo IBGE, mostrou que a sindicalização trabalhista em 2015 atingiu o maior número (18,4 milhões) da série histórica da pesquisa, iniciada em 2004.

O IBGE ainda ressalta que o crescimento da sindicalização aconteceu em um momento de alta do desemprego. Em 2015, o número de pessoas ocupadas no país caiu em 3,8% em relação ao ano anterior, enquanto o contingente de sindicalizados cresceu 11,4% no mesmo período. Percentualmente, a sindicalização atingiu 19,5% dos trabalhadores ocupados em 2015, enquanto em 2014 o percentual era de 16,9%.

O representante da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, José Ribeiro, informa que a entidade vê com bons olhos o aumento da sindicalização trabalhista no país. Segundo ele, a OIT considera que a filiação sindical é um dos fatores que pode auxiliar na promoção do trabalho decente.

"É uma evolução significativa. Aqui na América do Sul estamos acima do Chile, da Colômbia, mas um pouco abaixo do Uruguai, que tem 30% de sindicalização", ressaltou.

Sem participação

A pesquisa ressalta, ainda, que a grande maioria (81,2%) dos trabalhadores sindicalizados não participavam de nenhuma atividade promovida pelo sindicato. Dentre os que participavam, 76,8% disseram acompanhar assembleias, 56,3% participavam de palestras, cursos ou debates, 46,1% participavam de eventos comemorativos da categoria e 33% participavam de manifestações.

A maioria dos sindicalizados (82,5%) sinaliza que os sindicatos aos quais estavam associados não participaram de negociação ou dissídio coletivo.

Entre os trabalhadores sindicalizados a sindicatos que participaram de negociação ou dissídio coletivo, 92,2% informaram que a negociação se referiu a salários, 56,9% a benefícios, 47,2% a treinamento ou capacitação ou igualdade de oportunidade e de tratamento, 43% a jornada de trabalho e 40,4% a condições de saúde e segurança do trabalho.
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