Raquel Barreto tem ensino superior, experiência em sua área e estudo no exterior. A publicitária foi demitida há um ano e tem passado por diversas tentativas frustradas de recolocação no mercado de trabalho. Em vez de ficar esperando uma oportunidade cair do céu, a jovem desistiu, em um momento de desespero: decidiu distribuir seu currículo nos semáforos da sua cidade.
Raquel é uma das 13,5 milhões de pessoas que estão procurando emprego no país, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento do desemprego é uma das consequências mais amargas da crise econômica. Com oito trimestres consecutivos de retração da economia, o Brasil enfrente sua mais severa crise econômica.
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Munida de uma pilha de cópias do seu currículo e a ajuda da irmã, Raquel passou semanas entregando um resumo de suas qualificações para os motoristas que paravam o carro no sinal vermelho de uma movimentada avenida de Santos, no litoral de São Paulo.
A ideia era sensibilizar alguém que soubesse de uma vaga de emprego, já que a procura por sites que fazem o cadastro do candidato e cobram pelo serviço não tinha surtido qualquer resultado. Antes de ler o conteúdo do currículo da publicitária, a primeira página tinha as seguintes frases impressas: -Há sempre uma razão para conhecer uma pessoa - ou você precisa mudar sua vida ou você será aquele que vai mudar a dela.-
Por enquanto, Raquel ainda não conseguiu um emprego, mas, ela está tendo respostas positivas. -Algumas pessoas até abriram o vidro e pediram que eu entregasse-, contou.
Raquel disse estar disposta a trabalhar em outras áreas que não sejam exatamente a sua. -Aceitaria em áreas correlatas. Se for para meu crescimento profissional, eu aceitaria, sim-. A última experiência da publicitária foi no setor de marketing de uma grande construtora.
Para Raquel, a crise econômica e o fraco mercado de trabalho ajudaram-na a perder o emprego e dificultaram sua recolocação.
Dica do especialista
Apesar do mercado enxuto, ainda há vagas para aqueles que precisam se recolocar, mas para isso é preciso se planejar, foco agilidade na ação e abertura pessoal para abordar o mercado de forma flexível, segundo a consultora Margareth Columa, diretora das unidades RJ e MG da Lee Hecht Harrison.
-O profissional deve aproveitar o momento do desligamento para revisitar sua trajetória, motivações, interesses, talentos, e definir os próximos ou novos o objetivos de carreira que deseja seguir: novo emprego, empreendedorismo, consultoria, vida acadêmica ou até mesmo a aposentadoria. Um processo de autoconhecimento, reinvenção e abertura pessoal é necessário para ser bem sucedido nesse momento-, diz Margareth.
De acordo com a especialista, é importante que o profissional destaque as realizações e habilidades que possui - não se restringir apenas à descrição de cargos e experiências. É preciso também dar atenção ao networking (rede de contatos profissionais). -Não adianta apenas acionar a rede de contatos quando precisa. O networking não funciona assim. Ele é uma troca mútua e permanente, um investimento de longo prazo.-
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