Apenas 16% dos presidentes de empresas são do sexo feminino

Por Emerson Almeida - Publicado em: - Atualizado em

As mulheres já são mais de 49% do mercado de trabalho mundial, esse dado foi levantado pela Organização Mundial do Trabalho (OIT), mesmo assim, ainda há pouca representatividade em cargos de liderança.

O índice de mulheres em posições de CEOs e de diretorias executivas no Brasil alcançou a 16% em 2017, segundo a pesquisa International Business Report (IBR) - Women in Business, da Grant Thornton. No ano passado, o índice era de 11% e em 2015 era de apenas 5%.

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-A ascensão de mulheres aos cargos de liderança é resultado natural de alguns fatores como perfil empreendedor, excelente qualificação e melhor sensibilidade da mulher que exerce cargos de liderança, na busca de resultados e também no relacionamento e engajamento de sua equipe-, afirma Madeleine Blankenstein, sócia da Grant Thornton. A pesquisa foi realizada com mais de 2.500 empresas em 36 países, sendo 150 executivos brasileiros.

Mesmo com um índice baixo, o Brasil está à frente da média global, de 12% de mulheres no cargo de CEOs. A Tailândia é o país pesquisado com mais mulheres neste cargo, com 40%. Nova Zelândia, com 2% e Austrália e Irlanda, com 3%, apresentam os piores indicadores.

De acordo com Carolina de Oliveira, gerente de marketing da Grant Thornton, as mulheres não conseguem chegar ao mercado de trabalho de forma igualitária com os homens e isso afeta sua ascensão aos cargos mais elevados. -É preciso rever toda a estrutura e saber como empresas e governo incentivam as mulheres, da universidade até o primeiro emprego-.

Mulher na área de TI

Monica Herrero, de 52 anos, é uma das poucas mulheres que pode chegar no topo no mercado de trabalho brasileiro. Hoje, ela ocupa a posição de presidente da Stefanini no Brasil, empresa de soluções de negócios baseados em tecnologia, há 4 anos. Formada em matemática e líder em uma área majoritariamente masculina, Monica sempre viu mais homens do que mulheres na sua rotina de trabalho.

-O campo de exatas, principalmente há alguns anos, sempre foi extremamente masculino. Eu lembro que na minha turma de 50 pessoas no curso de matemática eram cinco mulheres e 45 homens. Até hoje sempre, no meu dia a dia, acabo tendo reuniões e visitas com muito mais homens do que mulheres, infelizmente-, afirma.

Na Stefanini, 35% do quadro de funcionários é composto por mulheres. Na diretoria e vice-presidência são 29% de mulheres e na gerência são 36%. A meta da empresa é chegar ao índice de 50% em todos os setores.

Segundo ela, estimular a entrada de mulheres, logo quando a graduação é concluída, em áreas tradicionalmente masculinas é uma forma de ter mais liderança feminina no futuro. -Hoje o nível de formação das mulheres em nível universitário já é maior do que dos homens. Eu acho que é uma questão de elas realmente saberem que podem e começarem a se candidatar e se posicionar nos perfis de liderança-, diz.

"Um pouco dessa liderança feminina, e quebrar esse mundo masculino, vem de nós mulheres que somos educadoras. O primeiro é, como mãe ou educadora, começar a incentivar essas meninas a se posicionarem do jeito que elas gostariam de ser e não do jeito que a sociedade quer"

Mulheres na liderança

Em posições gerenciais e de liderança, cerca de 19% das empresas brasileiras têm mulheres, índice menor que a média global de 25%. O Brasil está empatado com o Reino Unido (19%) e à frente apenas da Alemanha (18%), Índia (17%), Argentina (15%) e Japão (7%). Lideram o ranking Rússia (47%), Indonésia (46%) e Estônia, Filipinas e Polônia (40% cada).

-Mesmo com o crescimento das mulheres em cargos diretivos nos últimos anos, é evidente que ainda há um grande espaço a ser conquistado, podendo ampliar a presença das mulheres em todos os níveis das corporações, principalmente na transição de gerência à diretoria-, informa Madeleine.

O estudo levantou dados que apontam que 53% das companhias brasileiras não possuem mulheres em cargos de liderança. Neste quesito, o Brasil está pior do que a média global (34%), ao lado do Japão (67%), Malta (56%), Alemanha (54%) e Argentina (53%), entre os países com os piores indicadores.

Nos Estados Unidos, o número de empresas que não tem mulheres como líderes é de 31%. Rússia com 0%, Filipinas com 6% e Nigéria 9% apresentam os maiores índices.

De acordo com a Carolina, as empresas precisam incentivar a carreira e o desenvolvimento das mulheres. -É importante proporcionar situações e oportunidades em que elas possam exercer a liderança, para que isso aumente a experiência e a agilidade na hora da decisão para ter uma liderança mais assertiva-.

Por setor

O setor de viagens, turismo e lazer é o que aponta maior empregabilidade de mulheres em cargos de alta gerência globalmente, com 37%; tecnologia, TI & telecomunicações, tem 28%; educação e serviço social, também com 28% e outros serviços totalizam 33%. Já os setores de serviços financeiros (16%); agricultura, silvicultura e pesca e extração e mineração (19%) são os que menos empregam mulheres líderes.

Na América Latina, o setor de transporte tem 31%; tecnologia, TI & telecomunicações, 30% e viagem, turismo & lazer, com 27%; outros serviços totalizam 33%. Os indicadores mais baixos são educação (0%), finanças (6%) e saúde (7%).

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