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Suspensão do concurso fere acordo coletivo

Cerca de 2 mil vagas de carteiro e operador de triagem e transbordo (ambos de nível médio), seriam oferecidas.

Por Emerson Fernandes | Publicado em 15/10/2015 às 18h06

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A suspensão do concurso público para os Correios deixou muita gente surpresa. O diretor jurídico do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos do Rio de Janeiro (Sintect-RJ), Marcos Sant’aguida disse que a falta de concurso público para os Correios fere o acordo coletivo de trabalho assinado entre a empresa e a categoria.

Cerca de 2 mil vagas de carteiro e operador de triagem e transbordo (ambos de nível médio), seriam oferecidas pelo concurso que aconteceria em breve.

O parágrafo único da Cláusula 68 do acordo assinado no último dia 6 de outubro versa o seguinte: a empresa “continuará observando a sistemática de alocação e reposição de pessoal, com vistas a garantir a manutenção do efetivo necessário à prestação qualitativa e contínua dos serviços postais”. O texto também fazia parte do acordo assinado no ano passado.

Recentemente em agosto deste ano o secretário-geral do Sintect-RJ, Ronaldo Martins, já havia afirmado que seriam necessárias 700 contratações para repor as saídas por meio do plano de demissão incentivada promovido pela empresa no ano passado.

Sant’aguida ressaltou que as reposições só que elas não foram realizadas. Em todo o país, cerca de 9 mil trabalhadores deixariam a estatal por meio do programa, segundo o ex-secretário-geral da federação nacional dos funcionários dos Correios (Fentect) José Rodrigues.

O diretor do Sintect-RJ disse ainda como esta suspensão vai sim afetar o trabalho dos atuais funcionários: “É uma avaliação totalmente desconectada com a realidade da empresa, de burocratas que vivem em Brasília, com conforto e qualidade de trabalho, sem sequer saber o que se passa realmente nas unidades de trabalho”, afirmou Sant’aguida.

Com essa falta, acaba ocorrendo uma piora da qualidade dos serviços, com atraso e não entrega de correspondências, e sobrecarregando os trabalhadores da empresa. Já são 20 anos em que o efetivo da estatal não ultrapassa a barreira dos 120 mil trabalhadores.

O sindicalista afirmou que o sindicato continuará cobrando a realização do concurso e quer que ele seja realizado por uma nova diretoria, de perfil técnico, que substitua a atual, que, na avaliação da entidade, não foi capaz de solucionar os problemas da empresa, que já foi sinônimo de eficiência no país.

Os Correios anunciaram a suspensão temporária do concurso após o Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest), do Ministério do Planejamento, orientar a empresa a não ampliar o seu efetivo em 2016. Os preparativos da seleção já estavam adiantados, com a estatal estando no estágio final de definição da organizadora do concurso.

Remunerações

Com a assinatura do acordo de trabalho da categoria, a remuneração inicial dos carteiros passará a ser de pelo menos R$ 2.885,37 para quem trabalha de segunda a sexta, e de R$ 3.017,42, de segunda a sábado. Para operador, os iniciais mínimos passam para R$ 2.348,87 (segunda a sexta) e R$ 3.017,42 (segunda a sábado). Os valores já incluem benefícios e adicionais.

Estudo não pode parar

Esta suspensão de concurso pegou muita gente de surpresa. Mas especialistas indicam que os estudos não podem parar. Muitos candidatos já se preparavam a dois anos para este concurso. Fica a frustração de o concurso não sair este ano e a esperança de que saia em breve. Ou seja, toda a população sai perdendo. Mas os estudos não podem parar. A realidade mostra que um efetivo é necessário e que mais cedo ou mais tarde teremos a publicação de um edital.

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