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Privatização da Casa da Moeda aumenta demanda por concurso

Foram requisitadas apenas 990 vagas, sendo 150 de técnico (ensino médio completo e salário de R$6.882,57), 800 de analista e 40 de procurador.

Por Emerson Fernandes | Publicado em 28/08/2017 às 15h50 | Atualizado em 30/08/2017 às 14h20

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Servidores do Banco Central (Bacen) estão preocupados com as possíveis consequências da privatização da Casa da Moeda, possibilidade anunciada pelo governo. O Bacen é responsável por solicitar e controlar o dinheiro produzido na Casa. Para Jordan Alisson, presidente do sindicato dos funcionários do banco (Sinal), a privatização deve vir acompanhada de maior fiscalização e para isso é necessário que se realize o concurso do Bacen, para igualar o quadro de pessoal às demandas.

Jordan avaliou que a privatização tornaria a fiscalização da Casa da Moeda falha devido à falta de pessoal. "São fiscalizações que a gente consegue fazer, mas não na quantidade que consideramos adequada. E, sem dúvida, ficaria mais difícil com essa produção nas mãos da iniciativa privada", ponderou. Ele também apontou que uma a falta de fiscalização apropriada poderia facilitar "todo tipo de fraude".

"Hoje, há todo um controle de como é a produção e uma certa confiança, porque o Bacen faz parte do mecanismo de governança, de produção e da entrega desse dinheiro como um todo", esclareceu. Isso acontece porque, como órgão público, o Bacen possui um representante no Conselho de Administração da Casa da Moeda, lugar geralmente cedido ao chefe da administração da instituição.

"O banco já tem representantes ali conduzindo as coisas dentro da Casa da Moeda. Dessa forma se consegue uma atuação muito mais próxima do que simplesmente em uma relação de fiscalizador e fiscalizado”, opinou. Ele ainda ressaltou que mesmo que a privatização ocorra é indispensável que o Banco Central seja o fiscalizador direto da produção de dinheiro e que não é possível organizar a parte fiscal sem concurso.

O Bacen já enviou pedido de concurso ao Ministério do Planejamento pelo Bacen este ano, mesmo depois de ter a solicitação negada no ano passado. Sem seleção desde 2013, o déficit já passa de 2,5 mil servidores. Mesmo assim só foram solicitadas apenas 990 vagas, sendo 150 de técnico, 800 de analista e 40 de procurador. O pedido fez pouco avanço dentro do Ministério e o Bacen espera que a situação da instituição faça com que o processo se acelere.

O cargo de técnico, de nível médio, oferece remuneração de R$6.882,57. Já para analista é necessário nível superior em qualquer área e os ganhos são de R$17.391,64. A vaga de procurador é voltada para formados em direito com dois anos de prática forense. A remuneração é de R$19.655,67.

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